26 Απριλίου 2014

MAKUXI

HISTÓRICO DO CONTATO

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Aldeamentos

A ocupação colonial portuguesa do vale do rio Branco data de meados do século XVIII. Foi uma ocupação marcadamente estratégico-militar. Nessa região, limítrofe às possessões espanhola e holandesa nas Guianas, os portugueses procuraram impedir possíveis tentativas de invasão a seus domínios no vale amazônico, construindo, em 1775, o forte São Joaquim, na confluência dos rios Uraricoera e Tacutu, formadores do Branco, via de acesso às bacias dos rios Orinoco e Essequibo.


A estratégia utilizada pelos portugueses para assegurar a posse do vale baseou-se no aldeamento dos índios efetuado pelo destacamento do forte. Para tanto, os militares portugueses distinguiam dentre a população indígena os Principaes e suasNações, buscando convencê-los, por meio de armas e presentes, das vantagens e desvantagens de trazerem as gentes de suas respectivas Nações para formar os aldeamentos.
As informações disponíveis sobre o contato com os Macuxi nesse período são raras e fragmentárias. Surpreendentemente, das diversas etnias então aldeadas, os Macuxi comparecem em pequeno número: temos notícia de apenas dois Principaes Macuxi: Ananahy em 1784 e Paraujamari em 1788, que chegaram a aldear-se, trazendo pequenos grupos consigo. No entanto, não permaneceriam por muito tempo nos aldeamentos. Logo após estas notícias, em 1790, Parauijamari seria acusado de liderar uma grande rebelião, quando a maior parte dos índios aldeados fugiu e os remanescentes foram espalhados por outros aldeamentos portugueses no rio Negro.
Tal revolta poria fim à política oficial de aldeamento e não seriam empreendidas novas tentativas de colonização naquela área ainda no século XVIII. Porém, são muitas as evidências de que as expedições de recrutamento forçado da população indígena permaneceram atuantes, motivadas por outros interesses que se estabeleceriam na região, causando grande impacto sobre a demografia e a territorialidade dos Macuxi.

Extrativismo

Uma nova fase do contato, que viria afetar mais drasticamente o conjunto da população Macuxi, teria início no século XIX, com a expansão da exploração da borracha na Amazônia e, em especial, com a extração do caucho e da balata na matas do baixo rio Branco. A arregimentação dos índios destinava-se, principalmente, à área do rio Negro, mas também houve “descimentos” para o próprio vale do rio Branco, onde eram engajados como força de trabalho no extrativismo.
Tais empreendimentos de caráter privado imprimiram a tônica das relações interétnicas no período. Embora o governo imperial demonstrasse uma constante preocupação quanto à implementação de uma política indigenista oficial nessa zona de fronteira, os registros administrativos disponíveis revelam a sua grande debilidade nesse campo. Já nas últimas décadas do século XIX, em particular após a República, que veio a conferir maior autonomia à administração local, ao aproximar-se o auge do ciclo da borracha os regionais passavam a ser considerados colaboradores necessários para a colonização regional: detentores do comércio e dos meios de comunicação com o interior, os regatões [aqueles que trocavam produtos manufaturados pelos de extração diretamente junto à população indígena e regional] ali reinavam.

Pecuária

Parece haver uma estreita conexão entre o extrativismo no baixo rio Branco e a pecuária que viria a se consolidar no curso alto desse rio: o capital extrativista viria a financiar a pecuária. Em contrapartida, a pecuária incipiente estabelecida nos campos do alto rio Branco favorecia o recrutamento da força de trabalho dos índios na região, a qual não se limitava à extração, mas compreendia todas as atividades correlatas, em particular a navegação do rio. Havia ampla margem de liberdade para os regatões e quaisquer outros empresários atuantes na área para penalizar os índios e forçá-los ao trabalho. Não havia instância que os penalizasse pela escravidão a que, na prática, submetiam os índios.
Correlata ao trabalho forçado, a migração igualmente forçada singulariza esse momento histórico, uma vez que as migrações entre a população indígena no alto rio Branco decorriam muito mais da expulsão da terra pelo avanço da pecuária do que pelo deslocamento compulsório da mão-de-obra.
Na virada para o século XX, a engrenagem de recrutamento de mão-de-obra indígena montada nas décadas anteriores persistia, apesar de decadente. Aldeias abandonadas e movimentos de fuga provocados pela chegada dos brancos não foram somente registrados pelos cronistas do rio Branco, mas foram igualmente objeto de registro por parte dos Macuxi e permanecem ainda hoje em sua memória, marcados por um momento dramático nas diversas narrativas que versam sobre sua história política.
http://pib.socioambiental.org/pt/povo/makuxi/735


MAKUXI

Mission villages

The Portuguese colonial occupation of the Branco river valley dates from the mid 18th century. This colonization was primarily strategic-military in kind. In this region, bordering the Spanish and Dutch territorial possessions in the Guianas, the Portuguese looked to prevent potential attempts to invade their territories in the Amazonian valley. In 1775 they built the Fort of São Joaquim at the confluence of the Uraricoera and Tacutu rivers, headwaters of the Branco, providing access to the basins of the Orinoco and Essequibo rivers.
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The strategy used by the Portuguese to ensure their territorial control of the valley was based on using the fort’s troops to settle the Indians in mission villages. To this end, the Portuguese military differentiated the indigenous population into Principaes and their Nations, seeking to convince the former through weapons and gifts of the advantages involved in bringing the people of their respective Nations to form villages.
The information available on contact with the Macuxi during this period is sparse and fragmentary. Surprisingly, the Macuxi appear in small numbers among the different indigenous groups settled at the time: there are accounts of only two Macuxi Principaes: Ananahy in 1784 and Paraujamari in 1788, who also settled in mission villages, bringing small groups with them. However, they did not stay for any length of time in the villages. Soon after these reports, in 1790, Parauijamari would be accused of leading a large rebellion, when most of the settled Indians fled and the remainder were sent to other Portuguese village settlements on the Negro river.
This revolt put an end to the official policy of settling the Indians and no new attempts to colonize the region would be undertaken in the 18th century. However there is considerable evidence that the expeditions for forced recruitment of the indigenous population remained active, motivated by other interests that became established in the region, with a heavy impact on Macuxi demography and territoriality.

Extractivism

A new phase of contact, which would more drastically affect the Macuxi population as a whole, began in the 19th century with the expansion of rubber collecting in Amazonia and, especially, the extraction of caucho and balata rubber in the forests of the lower Branco river. The recruiting of Indians was primarily concentrated in the Negro river area, though ‘descimentos,’ or slave raids, also took place in the valley of the Branco river, where they were used as a labour force in the extraction process.
These private enterprises set the tone for interethnic relations during the period. Although the imperial government demonstrated a continual concern to implement an official indigenist policy in this border zone, the available administrative records reveal its considerable weakness in this area. However in the final decades of the 19th century, in particular after inauguration of the Republic, which conferred greater autonomy to the local government, with the peak of the rubber cycle approaching, the regional population began to be considered necessary collaborators for regional colonization: as the centre of the trade network and the means of communication with the interior, the regatões [traders who exchanged manufactured goods for the extracted products directly with the indigenous and non-indigenous population in the region] held sway there.

Cattle ranching

There seems to be a close connection between extractivism on the lower Branco river and the cattle ranching that became consolidated on the upper course of this river: the extractivist capital would finance cattle farming. At the same time, the initial wave of cattle ranching in the plains of the upper Branco river stimulated the recruitment of Indians as a workforce in the region as a whole. This work was not limited to extraction itself, but included all the correlated activities, in particular navigation of the river. The river merchants and any other entrepreneurs in the area had almost unlimited freedom to penalize the Indians and force them to work. There was no case of anyone being punished for the slavery to which in practice they subjected the Indians.
As a correlate to this forced work, this historical moment was also marked by an equally forced migration, since the exodus of the indigenous population from the upper Branco river arose much more from their expulsion from the land being taken over by cattle ranching than the compulsory relocation of the workforce.
At the turn of the 20th century, the structure for recruiting the indigenous workforce that had been set up over the previous decades persisted, although entering decline. Abandoned villages and flights provoked by the arrival of whites ere not only recorded by the chroniclers of the Branco river, but were also recorded by the Macuxi and remain in their memory today, marked as a dramatic moment in the diverse narratives recounting their political history.
http://pib.socioambiental.org/en/povo/makuxi/735 Macuxi http://pt.wikipedia.org/wiki/Macuxi Wikinativa/Macuxi http://pt.wikiversity.org/wiki/Wikinativa/Macuxi Macushi people http://en.wikipedia.org/wiki/Macushi_people


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